DELEGADO JOÃO LINS É TRANSFERIDO SEM JUSTIFICATIVA DA DELEGACIA DE HOMICÍDIOS DE GARANHUNS
As transferências de profissionais no serviço público são atos administrativos discricionários normais, e às vezes necessários, para um melhor funcionamento das instituições federais, estaduais e municipais. Por melhor funcionamento, entenda-se maior produtividade. Em se tratando da Polícia Civil de Pernambuco maior produtividade significa realizar um trabalho que resulte em uma maior resolução de crimes e garanta bem estar e sensação de segurança para a coletividade. Mas causa estranheza quando um servidor, que vinha desempenhando sua função com um elevado grau de efetividade, é transferido, repentinamente sem uma justificativa. É o caso do atuante delegado de Polícia Civil João de Oliveira Lins. O boletim da Secretaria de Defesa Social do Estado publicou esta semana sua exoneração como chefe da 22ª Delegacia de Homicídios de Garanhuns, nomeando-o para uma delegacia na cidade de Bom Conselho. O interessante é que o próprio teor da portaria que transferiu o policial contradiz a lógica ao salientar que a remoção é necessária de modo a imprimir maior dinamismo e produtividade nas atividades das delegacias subordinadas à Dinter I, de maneira que as metas do Pacto Pela Vida sejam atingidas .
Ora, se é sabido e reconhecido por grande parte da população e imprensa de Garanhuns que o delegado João Lins, não só atingiu a meta quanto a taxa de resolução de Crimes Violentos Letais Intencionais, (homicídio), mas melhorou e muito essa estatística no município, por que sua transferência agora? A quem interessa sua saída? É estranho. Procuramos o próprio João Lins para sabermos a motivação, mas ele, muito polido e fiel à hierarquia da Polícia Civil, limitou-se a dizer que a vida é feita de desafios. Entretanto quem o conhece de perto assegura que o delegado ficou bastante frustrado e decepcionado com sua saída repentina da chefia da Delegacia de Homicídios de Garanhuns.
O silêncio compreensível de Lins contrasta com depoimentos de quem entende a importância do trabalho realizado pelo delegado em Garanhuns. “O investimento do Governo do Estado em segurança não tem chegado muito à estrutura das próprias delegacias. Às vezes os próprios policiais têm que comprar materiais para executarem sua função melhor. Teve delegacia que foi pintada com dinheiro próprio da equipe. Ficamos triste com a saída de João Lins porque ele formou uma boa equipe que, mesmo em condições de trabalho precárias, conseguiu um excelente resultado. Logicamente não podemos tirar o mérito dos outros delegados, mas o resultado do trabalho dele e de sua equipe na rápida resolução de muitos homicídios em Garanhuns, principalmente os ligados ao tráfico de drogas, é digno de reconhecimento e apoio,” frisou um colega da imprensa que cobre diariamente a cena policial da cidade.
Já um agente da Polícia Civil que trabalhou com o delegado, ressaltou o seu profissionalismo e produtividade. “Dr. João Lins é um excelente delegado, muito profissional e engajado na causa de resolução de crimes e na investigação. Desde que assumiu a 22° DHPP de Garanhuns, desenvolveu um trabalho sério, juntamente com a sua equipe de escrivão, agentes e comissários, culminando com um aumento significativo de envios de Inquéritos Policiais de homicídios para à Justiça, como nunca antes verificado. Tal fator é de grande importância porque trouxe maior sensação de segurança e justiça, para a população da cidade e em especial aos familiares das vítimas. Sua transferência chocou a todos nós e não entendemos o que motivou sua saída”, frisou o agente, que pediu reserva de sua identidade.
OPERAÇÃO GARANHUNS VERDE REDUZIU NÚMERO DE HOMICÍDIOS NO MUNICÍPIO
Foi em outubro de 2017 que ocorreu uma das operações policiais mais importantes dos últimos anos em Garanhuns. Com a participação de 125 policiais civis, e sob o comando de João Lins, que coordenou toda a fase de investigação, a ação desarticulou três organizações criminosas envolvidas em roubo qualificado, receptação, comércio ilegal de arma de fogo, clonagem de veículos, falsificação de documentos, posse de armas de fogo e munições; tráfico de drogas e formação de quadrilha na região. Na ocasião, dezoito pessoas foram presas e seis quilos de crack e cocaína foram apreendidos. Como a ação da quadrilha estava diretamente ligada a homicídios motivados pelo tráfico de drogas, registrou-se uma sensível diminuição nos casos de assassinatos na cidade de Garanhuns, sobretudo de outubro passado pra cá.
TIRO QUE PODE SAIR PELA CULATRA
Diante da inegável produtividade apresentada pela Delegacia de Homicídios de Garanhuns durante a passagem do Delegado João Lins pela sua chefia, fica difícil entender o porque de sua saída repentina. Se a intenção das transferências dentro do arcabouço organizacional da Polícia Civil de Pernambuco é, como diz a própria portaria que exonerou o policial, dar maior dinamismo e resolutividade na solução de crimes para que metas do Pacto Pela Vida sejam atingidas, conclui-se que a Dinter I deu um tiro no próprio pé, o que pode significar também um tiro na esperança de dezenas de famílias de Garanhuns que aguardam angustiadas a elucidação de homicídios de parentes próximos. O substituto de João Lins será o delegado Eric Costa que atualmente exerce suas funções em Bom Conselho.
(Com informações do V&C Garanhuns – http://www.vecgaranhuns.com/)