HIDROXICLOROQUINA: CNJ DIVULGA PARECER PARA ORIENTAR JUÍZES
Com o
grave momento da disseminação do COVID-19 no Brasil e diante da possibilidade
de o Poder Judiciário ser acionado para a liberação do uso da hidroxicloroquina
e da cloroquina, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulga estudo técnico
elaborado pelo Hospital Sírio Libanês a respeito da substância. De acordo com o
documento, a eficácia e a segurança dos medicamentos em pacientes com COVID-19
é incerta e seu uso de rotina para esta situação não pode ser recomendado até
que os resultados dos estudos em andamento possam avaliar seus efeitos de modo
apropriado.
O Parecer Técnico nº 123 já está disponível no
e-NATJus Nacional, plataforma que, por meio de consultoria à distância, dá
suporte técnico para a avaliação, sob o ponto de vista médico, das demandas
judiciais relacionadas com a atenção à saúde. O parecer pode orientar
magistrados em eventuais tomadas de decisões em pedidos pelo fornecimento do
medicamento em situações em que a necessidade/gravidade não esteja bem configurada.
O Ministério da Saúde divulgou informação de que validou o medicamento e
autorizou o seu uso, mas apenas para pacientes em estado grave, uma vez que
ainda não há evidências consolidadas que sustentem a aplicação da substância de
forma indiscriminada, mas somente nos casos em que não houver outra alternativa.
O parecer elaborado pelo Hospital Sírio Libanês destaca ainda que
“a falta deste medicamento para pacientes portadores de doenças para as quais a
hidroxicloroquina está formalmente indicada – incluindo doenças crônicas
autoimunes como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide – já é uma
realidade”.
e-NATJUS Nacional
O e-NatJus Nacional, serviço 24 horas disponível à magistratura brasileira, é
resultado da parceria entre o CNJ, o Ministério da Saúde e dois hospitais,
Sírio Libanês e Albert Einstein. Ao todo, 180 médicos atendem 24 horas por dia,
sete dias por semana. A plataforma foi desenvolvida e é mantida pelo CNJ, por
iniciativa do Fórum Nacional do Judiciário para monitoramento e resolução das
demandas de assistência à saúde (Fórum da Saúde). Em cinco meses de atividades,
já foram emitidas mais de mil documentos, entre notas e pareces técnicos.