A VIDA E O TEMPO

Mas o que é o Tempo? O Tempo existe realmente?

Vez por outra, e se ouve:

– Tenho saudade daquele tempo. – No meu tempo, era tudo diferente. – Ah, se eu pudesse voltar no tempo! – Agora, tenho de correr atrás do tempo perdido. – Perdi foi meu tempo. – Isso é perda de tempo.

E por aí vai.

O Tempo não existe. O homem da Relatividade já dizia isso. No entanto, me foco no mundo dos mortais – o nosso.

O Tempo não existe. Foi uma criação do homem. Não passa de uma Unidade padrão assim como as demais. O homem criou o Tempo para medir a Existência das Coisas, sua Durabilidade, criou para marcar os fatos da História. Concretamente, como o Espaço e a Luz e a Energia, o Tempo não existe. É uma ilusão/somente existindo no pensamento. Nem a Bíblia faz referência a esta grandeza: Tempo. Dentre as coisas criadas por Deus (como a Luz), não há referência ao Tempo. Deus não tem Tempo: passado e presente e futuro. Ele é atemporal. Senhor do Absoluto. E a narrativa dos 6 dias da formação de tudo e um descanso? Há uma passagem bíblica dizendo que ‘Um dia para Deus é como mil anos aqui na Terra e vice-versa’. Quando a cita, Pedro não o faz literalmente, apenas que o homem não marcasse seu relógio pelo Divino. Um piscar do olhar Divino pode significar anos para o homem. A consciência da demora é dele. Deus não a tem. Até por que tudo por Ele já foi determinado e não vai ser a angústia do homem que Lhe vai alterar os planos. A questão dos ‘seis dias’ é Metafísica. E mais: do alto de sua Sabedoria, não estaria sua criação dependente do ‘Tempo do homem’, marcando o início e meio e fim de sua obra, ou lhe alterando o destino a despeito de a inteligência que lhe foi dada pelo Criador. Claro que o uso da inteligência não pode ser visto aqui como uma ofensa ao Senhor. O que não se pode é O negar por ela. Deus é sempre. O homem é mortal.

Tempo Cronológico X Tempo Psicológico – Isso Sim.

Tempo Cronológico. Marca a existência do homem: nasce, cresce, reproduz e morre. É da natureza da vida. Uma semente que gera uma planta, árvore, e culminando em um bosque, isso independe do Tempo, a natureza de tudo se encarregando. – E não vai levar um Tempo? Sim. O cronológico estabelecido pelo homem – sua criação. E não havendo, a planta não deslancharia, é isso?

O Tempo não existe. Como grandeza que possa afetar o homem ou a natureza das coisas por aqui, não. Tudo cai para o campo da Biologia e suas áreas de estudo – o homem nascendo, se transformando, e morrendo.

Essa cronologia do Tempo do homem com o que de real acontece no Universo é ponto muito questionado (simetria do tempo), ela não passando de puro abstracionismo. Deus é eterno. O homem é apenas um ponto na linha reta infinita do tudo.   

Tempo psicológico. É o que introduz o artigo.

– Oh! Que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais! ‘Meus Oito Anos’ – Casemiro de Abreu. Diz tudo, não? Não existe um Tempo passado, mas sim lembranças, coisas da memória e do subjetivismo de cada um – forma idiossincrática. O homem é pedra e sentimento. Uma realidade vivida é sempre sobreposta por uma outra vindoura. Tudo flui e muda. Fica é a memória daquela realidade. Um dia nunca é igual ao outro, mas o completa e o estende.  – Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio – Heráclito.

Subjetivo e Sensorial. Observado do ângulo de situações diferentes e é o que se têm. Mas é fato comprovado que um viajante envelhece menos. E nem precisa ser desses do Espaço e das Estrelas literalmente. Também observado por aqui e para quem vive de ponte área e livre das preocupações. Como se explicaria um mesmo ‘Pedaço do Tempo’ afetando pessoas de modo desigual? O Tempo não existe.

– É o jeito que a natureza deu para não deixar que tudo acontecesse de uma vez só – John Wheeler

– Tempo?! Uma ilusão – Einstein

“ Sempre desejei me livrar de um objeto da cozinha de minha casa: um relógio. Marcando sempre as mesmas horas, já devorou três gerações de minha família”, Mário Quintana.

Visto? Quem passa pela vida não é o Tempo. Nem existe. Somos nós que passamos.     

José Maria