FUNCIONÁRIO DE LOTÉRICA ALVO DA PF COBRAVA 10% PARA SACAR O AUXILIO EMERGENCIAL
A Polícia Federal através de sua representação em Salgueiro/PE deflagrou, na última sexta-feira (04/12) por volta da 6h, a Operação denominada “ÁGIO EMERGENCIAL”, para desarticular possível grupo criminoso com atuação no município pernambucano de Belém do São Francisco/PE, o qual vinha aplicando golpes em beneficiários do auxílio emergencial pago pelo Governo Federal em razão da pandemia de covid-19.
As investigações indicaram que, desde abril/2020, um funcionário de uma casa lotérica estaria cobrando indevidamente 10% dos valores do auxílio emergencial para que os beneficiários não enfrentassem filas. Em seguida, marcavam em local fora do estabelecimento para fazer a entrega do dinheiro. Os envolvidos estavam cobrando e obtendo vantagem indevida em detrimento de pessoas de baixa renda, em situação de miserabilidade, por meio de um serviço público delegado pela Caixa Econômica Federal às casas lotéricas.
Foram cumpridos 06 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal da 20ª Vara/PE, todos no sertão pernambucano. As investigações apontaram que um funcionário de lotérica de 26 anos, pagava para um motoboy de 43 anos, a quantia de R$ 100 reais para que ele pudesse encontrar beneficiários interessados no saque do auxílio emergencial, coletar os cartões das vítimas, bem como suas respectivas senhas. Após o saque, o mototaxista entregava a seus proprietários a quantia restante, depois de ter abatido o valor dos serviços ilícitos. Após ter sido descoberto pelo dono da lotérica sobre a irregularidade, o suspeito passava também a fazer os saques em outras agências bancárias de Salgueiro/PE e Cabrobó/PE.
Na residência do principal suspeito foram encontrados e apreendidos 01 aparelho celular, 01 caderno com anotações dos saques, diversos comprovantes bancários de saques do auxilio emergencial, 27 cartões de benefício do Bolsa Família e do cidadão.
Os envolvidos vão responder pela prática que configura crime de corrupção passiva (crime praticado por funcionário contra a administração) prevista no artigo 317 do código penal e caso sejam condenados poderão pegar penas de até 12 anos de reclusão. A operação recebeu o nome do Ágio Emergencial por fazer alusão a um valor adicional cobrado em operações financeiras.