MORO E A VASSOURA
Um ano antes da eleição deste ano e eu postara para reflexão o pensamento que se segue: ‘Brasileiros, sonhemos unidos. O Brasil limpo. Livremo-nos de todo esse lixo político ora presente: políticos inescrupulosos vivendo da exploração da miséria intelectual do nosso povo. Mais ainda: da sua miséria material. Salvadores da pátria não existem. Nós é que somos. Votemos e mudemos. É nossa obrigação entregarmos um país bem melhor às futuras gerações. Eu lhes peço isso. O Brasil nos pede isso’. Obrigado, Brasil!
Foram tantos os sabores. Investigado por corrupção e lavagem de dinheiro, Eunício Oliveira, presidente do Senado, não vai dar as caras na próxima legislatura. Contrariando a canção ‘No Ceará não tem disso não’, Eunício se diz vítima de perseguição política. É o bordão da corja. Cunha Lima, vice do Senado, também não volta. Assim como PE, a Paraíba tá cheia de ‘Zé’s’, ainda que não sob medida, mas conscientes. Por muito tempo na liderança de governos, Romero Jucá foi outro repudiado pelas urnas. Irritado com as operações da PF, ‘e seus excessos’, Jucá chegou a dedicar a música ‘Passou da Conta’, de Zezé Di Camargo & Luciano, a seus algozes, os eleitores (presumo). E muitos ficaram pelo caminho: Lobão e Garibaldi e Lindbergh e Vicentinho e Lira e Perillo e Richa, que não amavam o povo que entrando na história se divorciou dos quadrilheiros – parodiando ‘Quadrilha’ de Drummond. No ensejo da sonoridade desse parágrafo, menção honrosa merece a anta Dilma Rousseff. Pavoa exibindo suas penas, ela exibia seus votos: se achava eleita. Seu jingle dizia ‘homem ruim não tira essa mulher’. Verdade: bastaram os bons. Como naquele solilóquio de Shakespeare em ‘Hamlet’: ‘Ser ou não ser, eis a questão’, o mineiro (desconfiado) se perguntava: ‘Dilma, mineira? Eis a questão’. A anta é gaúcha ‘naturalizada’. Deu com as penas n’água. Hahaha! Valeu, Brasil! Valeu pela faxina. Vem, Neo Pi Neo! ‘Arrumamalaê’.
PT, a maior Organização Criminosa da nossa história. Travestido de um partido político, espoliou a nação de uma forma inimaginável. “Uma verdadeira gangue. Em 44 anos de atuação na área jurídica nunca havia presenciado tamanha e bem organizada quadrilha. Estou pasmo”, Celso de Mello, decano do STF. À semelhança das grandes organizações criminosas, a gangue vermelha as superou no tamanho e na organização e na ousadia e (claro) no lucro. Descaradamente agia. Com ares de normalidade roubava. Dizia Oscar Wilde que ‘A vida imita a arte mais do que a arte imita a vida’. Vale a associação da derrocada da gangue vermelha com o filme americano ‘The Money Pit’ – Um dia a casa cai. Enredo com o pai do protagonista fugindo do país após o roubo de milhões de dólares. Aqui é o Brasil (a casa) tendo que ser reconstruído metaforicamente. Rindo por último e em seu estado de consciência como quem livre dos efeitos de substâncias alucinógenas, o povo se livrou/se libertou. Hoje, um vermelho é visto como inimigo. Um doente precisando de tratamento, a leitura se revestindo na cura. Que não se chegue a tanto, mas foi esse o legado da gangue petista. Por pouco e não se viu por aqui a ‘Batalha de Pirro’. Também que não nos seja aplicada a filosofia do Humanitismo de Quincas Borba e ‘Ao vencedor as batatas!’. Nem a Seleção Natural de Darwin. Somos todos aptos e nosso campo é imenso com igualdade de oportunidades para todos. ‘Brasil acima de tudo e Deus acima de todos’, do Mito.
Juiz Moro como Min. da Justiça. A Mão e a Luva como diria Machado de Assis. À altura do cargo mais do que qualquer outro. Os demais nem lhe dão pela cintura. Elogios lhe vieram de tudo quanto é canto, à exceção (óbvio) das profundezas: a gangue vermelha é só esperneio. Teoria da conspiração e a velha retórica vazia e ridícula e risível. Pudera! É de Moro (diz a gangue) a culpa pelo trancafiamento do líder e consequentes reveses sofridos pelo partido. Qualquer outro Juiz – como o puxa-saco de Lula, Flávio Dino, Donatário da capitania do MA – tem plena liberdade para fazer política. Moro, não. Ora! Moro é a vassoura simbolizando a remoção do lixo político que grassava em nossa pátria. Tem lugar cativo no panteão da moralidade assim como Lula tem no aterro da história.
José Maria