‘QUADRILHA ERA EXTREMAMENTE PERIGOSA’, DIZ PM SOBRE OITO MORTOS EM CONFRONTO COM POLICIAIS NA PARAÍBA
A Polícia Militar informou, nesta quarta-feira (3), que as oito pessoas mortas numa troca de tiros com as polícias pernambucana e paraibana em Barra de São Miguel, na Paraíba, faziam parte de uma quadrilha “extremamente perigosa”. A ação foi feita em conjunto entre os dois estados, na terça-feira (2), e deixou seis homens e duas mulheres mortos, incluindo um rapaz de 17 anos.
As informações foram repassadas durante uma entrevista coletiva, no Quartel do Derby, sede da PM de Pernambuco, na área central do Recife. Com o grupo, foram encontrados duas pistolas calibre ponto 380, dois revólveres, uma espingarda calibre 12 e R$ 56 mil em espécie.
Segundo a PM, o grupo é suspeito de envolvimento num assalto a um mercadinho em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste, que resultou na morte do soldado André Silva.
Na investida, o sargento Moacir Pereira da Silva também levou tiros. Atingido na cabeça, braço e virilha, ele foi internado no Hospital Regional do Agreste, em Caruaru, em estado gravíssimo, segundo a PM. As investigações apontam que os dois policiais mortos foram vítimas de disparos da espingarda.
Segundo o tenente-coronel Luiz Cláudio Brito, as oito pessoas foram mortas porque “não estavam dispostas a se entregar”. “Mesmo com a voz de comando, cerco policial e helicópteros, eles empreenderam fuga da casa onde estavam. Dois carros esperavam por eles”, diz Brito.
Para o oficial, a meta da quadrilha era pegar o dinheiro desse assalto para investir em mais armamentos que seriam usados em um roubo maior.
“Esse tipo de quadrilha não se contenta com pouco dinheiro. Isso foi apenas uma preliminar. Eles iriam atrás de valores que já estavam acostumados, como R$ 700 mil, levados em outras investidas”, conta.
As investigações sobre o assalto ao mercadinho são conduzidas pela polícia de Pernambuco, enquanto as apurações a respeito do confronto entre a PM e os suspeitos ficam a cargo da corporação na Paraíba. Parte das vítimas do assalto reconheceu alguns dos mortos no conflito, de acordo com os policiais pernambucanos.
Uma força-tarefa formada por policiais militares de Pernambuco e da Paraíba chegou aos nomes dos suspeitos. Um deles é o vereador da cidade de Betânia, no Sertão pernambucano, Andson Berigue de Lima (PP), de 29 anos, conhecido por “Nanaca”.
Ainda de acordo com a PM, ele tinha passagem pela polícia por posse e adulteração de armas. A prefeitura do município emitiu nota de pesar por causa da morte dele.
Nanaca era irmão do homem apontado pela polícia como sendo o líder da quadrilha, José Adson de Lima, conhecido como “Galego de Leno”. Ele é acusado de participar, em 2018, do sequestro de um gerente de banco na cidade de Custódia, no Sertão pernambucano.
Confira quem morreu na ação da PM
José Adson de Lima (Galego de Leno), de idade não divulgada
Andson Berigue de Lima (Nanaca), de 29 anos
Wedys Souza Vieira (Edys de Gevan), de 22 anos
Marcela Virgínia Silva do Nascimento, de 32 anos
Reniere Alves de Souza, de 32 anos
José Pedro Agostinho da Silva, de 30 anos
Manoel José de Lima, de 37 anos
Menor de idade de nome não divulgado, de 17 anos
Na segunda-feira (1º), criminosos estacionaram em frente a um mercado no bairro Dona Lica, em Santa Cruz do Capibaribe. A ação foi rápida. Enquanto o motorista ficou do lado de fora, atirando em várias direções, outros três criminosos entraram no estabelecimento para praticar um assalto.
Após o roubo, a PM foi acionada. Houve perseguição e troca de tiros. Na ação, dezenas de disparos atingiram a viatura em que estavam o soldado André Silva e o sargento Moacir. O primeiro morreu no local e o segundo, foi socorrido. Um vídeo mostra o momento em que o carro é atingido.
O comandante-geral da PM, coronel Vanildo Maranhão, se solidarizou com os familiares do policial militar morto.
O grupo suspeito do crime foi morto na manhã da terça-feira (2), após troca de tiros com a polícia em Barra de São Miguel, no Agreste paraibano.
Segundo a PM, o grupo estava escondido em um matagal, no limite com a cidade de Riacho de Santo Antônio, também na Paraíba. A polícia afirma ter sido recebida a tiros ao chegar no local. O confronto resultou nas mortes de oito pessoas.
(Com informações do G1)