DEUS – RELIGIÃO E FILOSOFIA
Deus sempre foi assunto da Filosofia. Se Platão e Aristóteles creram na Sua existência, Schopenhauer e Nietzsche O tinham quase como desafeto. O primeiro nem se dava ao trabalho de falar de Deus. Nietzsche empenhou-se em desmistificá-Lo pelo combate ao Cristianismo. Cristo não foi o alvo de Nietzsche propriamente (?), mas sim o que foi feito de Sua religião a partir da fundação da Igreja Católica. Dizia: – O Cristianismo impôs ao homem uma inversão de valores morais o enfraquecendo. Por valores morais, não se entenda desrespeito à lei, mas juízos de valores construídos socialmente. Seria algo do tipo: o Preto não presta e deve ser escravizado; todo homem Branco é limpo. Outra: essa suposta Fragilidade Feminina e seu espaço reduzido pela sociedade.
Nietzsche não via sentido em a Igreja sufocar o homem por uma Vida pós-morte e com isso o privando de uma que lhe fora dada pelo próprio Deus. Vi pelo Face um Padre censurando as pessoas que passavam seus fins de semana em bebedeira. Dizia ele que ali estava o pecado. Na visão do Padre, é todo mundo em casa de joelho no chão e aguardando o Julgamento de Deus. Santa asnice! Não sabia que casais bebendo, amigos em festa, e lhes sobrevêm o desejo de pecar. Quem foi mesmo que disse, ‘O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai’? A consciência do pecado, ô Padre, está na sobriedade. Na natureza de quem já não presta, e não na bebida. É tanta gente sóbria entrando na Igreja na companhia do diabo. Dela saindo e ele de lado. E mais: está em efésios: – A Salvação é dom de Deus, alcançada pela graça e Fé. O homem não a consegue por suas obras. Não vai assim perdê-la por causa de um, dois goles…
Ah, Igreja Católica! Qual mesmo o sentido de uma ‘Procissão se arrastando quem nem como Cobra pelo chão’, um santo de barro à frente? Fico a imaginar Cristo e o tal santo observando isso na Terra. Pergunta Cristo:
– Como entender esse ato dessa gente?
Envergonhado, responde o Santo:
– Senhor, perdoai-lhes. Não sabem o que fazem.
Replica Cristo:
– Como, e os Mandamentos de meu Pai, e meus sermões?
Cabisbaixo, o santo silencia.
Em Atos, Cornélio prostrou-se diante de Pedro e o reverenciou, este o fazendo aprumar-se e dizendo: – Levanta-te, pois sou tão humano quanto tu és.
Se a Igreja Católica dissemina isso tanta normalidade, quando o próprio Pedro em vida não via sentido, então pergunto, e lá no Céu, ante quem os mortais devem se prostrar, Pedro, Cristo? Tem mais de um Santo lá?
Foi na esteira de absurdos da Igreja Católica que Martinho Lutero fundou o Protestantismo. Se no início essa Religião era vista como donzela Imaculada, hoje está mais para Madalena sem arrependimento. Puro adultério. E como vive longe dos caminhos de Cristo! Uma enxurrada de Igrejas evangélicas prolifera pelo Brasil. Pragas! Verdadeiras casas de comércio, o tolo ali deixando seu dinheiro em troca do nada numa espécie de estelionato consentido.
Religião e Fé. São coisas distintas. Não é preciso uma religião para Viver a pessoa de Cristo. Ele em si é que a Verdadeira Religião e Igreja. E até todas elas, mas não nesse estado putrefato de hoje. Qual foi a religião deixada por Cristo? Nenhuma. Cristianismo foi um nome dado pelos seus seguidores. Dele conta sua Palavra e seu Exemplo para toda religião de boa-fé.
Aos ateus como Schopenhauer e Nietzsche e outros. Digo: ainda que não existisse Religião, ainda que não existisse Ciência, não concebo como alguém pode Negar a Existência de um Ser Supremo ante a Vida. Isso me soa como não acreditar na existência de tudo aquilo que foi criado pelo homem.
Se por trás de coisas até banais tem o homem, sem o qual não existiriam, por trás da Grandeza da Vida, Deus.
Deus Misericordioso – Poema
Ó humanos,
desumanos,
por que tentamos Deus,
fariseus?
Não tem sido nossa opção,
sem coração,
andarmos sozinhos,
longe dos seus caminhos?
Agora, ai de nós,
por vontade tão a sós!
Ai do homem, um indigente,
Porque Dele ausente
Homens errantes,
Morte à vida dantes!
Filho pródigo,
Temos a Bíblia, um Código.
José Maria